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Suplemento Colina | O que é? 5 benefícios

O suplemento colina, oficialmente reconhecido pelo instituto de medicina como um nutriente essencial em 1998, está envolvido em 3 grandes vias metabólicas: síntese de acetilcolina, síntese de fosfatidilcolina e doação de metil via betaína.

Isto torna bastante complexas as funções da colina no corpo, a começar com a produção de neurotransmissores, tanto a nível cerebral (memória e aprendizagem), como a nível motor (contração do músculo).

Para além destas funções, a colina estará ajudando a aumentar exponencialmente o rendimento em treinos de resistência (duas horas ou mais de duração), já que mantém o funcionamento ótimo dos músculos e a coordenação motora.

O suplemento colina está também implicado na produção de fosfolípidos da membrana celular (na forma como ocorre a mediação da sinalização celular) e na produção de grupos metil para metilação de DNA, RNA, proteínas e redução da homocisteína (fator de risco cardiovascular).

Existem vários estudos que provam a importância da ingestão de colina em todas as fases da vida e mostram que, quando a restrição voluntária da ingestão deste nutriente, são desenvolvidos sinais de disfunção hepática e muscular subclínica, reversíveis após suplementação.

Perante comprovação de tais fatos, o instituto de medicina e o conselho de alimentação e nutrição americano definiram a ingestão adequada deste nutriente em 425mg/dia para mulheres acima dos 19 anos (com uma necessidade maior durante a gravidez e lactação) e 550mg/dia para homens acima dos 19 anos. Apesar de haver síntese endógena de novo, esta não é suficiente.

O inquérito NHANES (National Health and Nutrition Examination Survey) de 2005 mostrou que a maioria das pessoas não consegue a ingestão adequada de colina.
Principais funções, sinais de deficiência e obtenção de colina de acordo com Toleto e Nascimento (2010) (1):

  • Vitamina: Colina
  • Nome: Colina
  • Funções: Estrutura celular, metabolismo de gordura, acetilcolina, doador grupo metil
  • Deficiência: baixo crescimento, perose

Por isso, apresentamos cinco benefícios da colina:

 

√ Doenças cardiovasculares:

  • Quando a ingestão de colina é inadequada, há uma diminuição na capacidade para metilar homocisteína em metionina, com aumento dos níveis séricos de homocisteína.
  • Níveis elevados de homocisteína está associado a um maior risco de várias doenças crónicas, incluindo doenças cardiovasculares, cancro, declínio cognitivo e fraturas ósseas.
  • Além da correlação negativa entre a ingestão de a colina e homocisteína, onde a suplementação de colina demonstra diminuir a homocisteína sérica.

√ Inflamação:

  • Apesar que muitas doenças são caracterizadas por inflamação crônica subclínica, exemplo das doenças cardiovasculares, uma dieta rica em colina parece diminuir vários biomarcadores inflamatórios como a proteína C reativa, homocisteína, interleucina-6 e fator de necrose tumoral.

√  Câncer da mama:

  • Verifica-se que a ingestão de colina tem uma associação negativa com o câncer da mama.

mulher com coqueteleira

√ Gravidez:

  • Alterações na metilação do DNA, com as consequentes alterações na expressão de genes, podem ter consequências importantes para a embriogênese e carcinogênese.
  • A disponibilidade de colina na dieta durante a gravidez influencia o desenvolvimento do cérebro do feto através de alterações mediadas pela colina no nascimento, migração e morte de células no cérebro.

√  Defeitos no tubo neural (desenvolve a coluna vertebral e o sistema nervoso do bebê):

  • Alguns trabalhos indicam que a ingestão de colina pode ser um fator na redução do risco por defeitos no tubo neural, independentemente da ingestão de folatos proveniente de alimentos e suplementos.
  • A inibição da absorção de colina e do seu metabolismo em embriões de animais resulta em defeitos no tubo neural.
  • Em humanos, as mulheres no quartil mais baixo na ingestão de colina tinham um risco aumentado quatro vezes superior de dar à luz uma criança com defeito do tubo neural, em comparação com mulheres no quartil mais alto da ingestão de colina
  • Uma diminuição do risco de gravidez afetada por defeito no tubo neural foi encontrada nas mulheres com maior ingestão de colina periconcepcional para todas as malformações do tubo neural, bem como para a espinha bífida e a anencefalia.

homem fazendo exercício

No entanto, a ingestão diária recomendada não foi definida devido à falta de dados suficientes em humanos. Adicionalmente, possivelmente devido a diversidade genética, há uma significante variação na necessidade dietética de colina. Considerando esta vitamina pode ser sintetizada pela microbiota intestinal (2), ainda assim é de extrema importância seu consumo através da alimentação.

Quando a ingestão adequada para colina foi estabelecida em 1998, assumiu-se que menos de 5% da população seria afetada.

Agora sabe-se que cerca de 50% da população pode ter diferenças genéticas acentuadas que aumentam os requisitos de grupos metil, dos quais a colina é uma fonte importante, deixando-os suscetíveis à deficiência de colina.

Além dos benefícios relatados anteriormente, um estudo realizado em camundongos com dano isquêmico no córtex motor demonstrou melhora na função motora, através do consumo de uma dieta suplementada com colina durante um período de quatro semanas (3)


As principais fontes de colina:

  • Fígado de galinha
  • Salmão
  • Ovo inteiro
  • Leguminosas
  • Amendoim
  • Vísceras
  • Apesar de existirem outras fontes, como a carne de galinha, o seu consumo para atingir a ingestão adequada obrigaria a pessoa a consumir pouco menos de 1kg de carne ou vários litros de leite.

1- TOLEDO, Rodrigo S.; NASCIMENTO, Adriana H. Vitaminas e minerais. XI Simpósio Brasil Sul de Avicultura e II Brasil Sul Poultry Fair 06 a 08 de abril de 2010 – Chapecó, SC – Brasil

2- GURWARA, S et al. Dietary Nutrients Involved in One-Carbon Metabolism and Colonic Mucosa-Associated Gut Microbiome in Individuals with an Endoscopically Normal Colon. Nutrients. 2019 Mar 13;11(3). pii: E613.

3- JADAVJI, NM et al. B-vitamin and choline supplementation increases neuroplasticity and recovery after stroke. Neurobiol Dis. 2017 Jul;103:89-100.



Geórgia Bachi

Geórgia Bachi

Escritor e especialista

A autora Geórgia Bachi é nutricionista registrada no Conselho Regional de Nutricionista, Sistema brasileiro que possui como órgão central o CFN (Conselho Federal de Nutricionistas). Bacharel em Nutrição pela Universidade Feevale e Mestre em Nutrição e Alimentos pela Universidade do Vale dos Sinos no Rio Grande do Sul, onde estudou sobre as funcionalidades do Whey Protein quanto a redução de peso corporal; e atualmente cursando pós-graduação em Gestão Estratégica.   Possui dois livros publicados: "Dieta com whey protein" e "Nutrição muito além da alimentação", editora Matrix. Rotineiramente participa na elaboração de diversos artigos para revistas e sites sobre alimentação e nutrição esportiva.   Experiência profissional nas áreas: acadêmica, industrial, hospitalar e nutrição social. Atualmente realiza atendimentos clínico com enfoque em esporte e emagrecimento, atuando também como professora universitária. Maiores informações sobre experiencias anteriores no link: https://www.linkedin.com/in/ge%C3%B3rgia-bachi-71ab3448/


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